"Ha sempre algo de ausente que me atormenta..."
Camille Claudel
Sou Mônica Santos Ribeiro, professora, escritora, poetisa, e contadora de histórias infantis. Sou de Três Rios-RJ, moro em Petrópolis, e gostaria de compartilhar aqui no meu blog, as cenas e palavras de quem tem olhar poético as passagens pela vida...
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
A lua de Vênus é
assim...
A lua de Vênus é
assim, solitária, formosa, esplêndida em ação solene, abundante, brilha no céu
dos amantes.
Enigmática,
exuberante, alva, nela o amor não fenece, é perene.
A lua de Vênus é
amante, translúcida, calma, sem destino, errante...
Cai vestindo a noite
como véu de diamantes,
e que sozinha
entristece o caminho na terra, tão distante,
a lua em Vênus diz é
rara, mas a lua de Vênus é constante,
vibrante, calma e
contente, feito paixão de gente.
A lua de Vênus é um
semblante sedutor as noites sem dor,
que ao gemer de amor,
encanta corações por vezes e vezes
num céu como dama de
puro esplendor...
A lua de Vênus se
deixa no céu como esquecida, assim disse o poeta, e seu luar que atua
desvairada
unindo-se a uma música
qualquer, ai então é preciso ter cuidado porque deve andar perto uma mulher.
Deve andar perto uma
mulher que é feita de música no ar e sentimento,
e que a vida não quer
te tão perfeita, uma mulher que é como a própria LUA, A Lua de Vênus...
Mônica Ribeiro
21/08/11
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Realmente sonhei com
estes telhados...
Os Telhados
Todos os telhados do
meu sonho são diferentes.
Antigos,
medievais, modernos e contemporâneos.
Cada teto é uma casa,
cada casa uma pessoa, uma família, um telhado.
Dentro das rústicas
paredes do telhado colorido há uma moça, um gato, uma fogueira.
Há um desejo, uma
fome, uma mesa, um abrigo em cada telhado do meu sonho.
Há esquinas inclinadas
sobre ruas nobres com homenagens póstumas e janelas sombrias.
Ruas de pedra, luzes
tênues, verdes desbotados e telhas miúdas, delicadas, marrons...
Assim eram os telhados
do meu sonho.
Ninguém lá fora, mas
dormindo em cada caverna íntima.
Eu sobrevoei um lugar
adormecido e só vi telhados.
Centenas de lugares,
vilas, vilarejos, aldeias, cidades, províncias são cobertas de telhados.
Vidas se seguem
deixando histórias, saudades e amores eternos pulsando em algum lugar.
Assim eram os telhados
do meu sonho.
Que Deus permita
Que Deus permita que onde você esteja tenha rosas perfumadas
para você cheirar.
Que Deus permita que onde você esteja tenha bolos crescendo
para você preparar.
Que Deus permita que onde você esteja tenha Charles Aznavour
para você escutar.
E orquestras de pássaros para você se embalar...
Que Deus permita que onde você esteja tenha varandas para
você se sentar.
Que Deus permita que onde você esteja tenha um cão para você
cuidar.
Que Deus permita que onde você esteja tenha um fogão, pratos
a preparar,
E que tenha também visitas a lhe confortar...
Que Deus permita que onde você esteja tenha panos de prato
pra você enfeitar.
Que Deus permita que tenha linhas e crochês pra você traçar.
Que Deus permita que tenha filhos com quem se preocupar,
E que tenha também estradas para você caminhar...
Que Deus permita que onde você esteja não queiras voltar.
Que Deus permita que onde você esteja possa sonhar.
Que Deus permita que onde você esteja tenha orações e cantos
pra lhe transportar,
E que sinta também nossas lágrimas a lhe saudar...
Que Deus permita que tenha um manto para te abraçar.
Que Deus permita que tenha novelas para você contemplar.
Que Deus permita que tenha livros para lhe dar.
E que quando estiver triste, tenha nossas faces para
beijar...
Que onde minha tia Vera
esteja, ela tenha tudo isso e muito mais, um mundo sublime e confortável a lhe
guardar...
Mônica Ribeiro-Homenagem
póstuma a nossa tia Vera Faria.
09/06/09
Passeio de fim de tarde
Era
assim, tinha buritis, fim de tarde, tarde laranja, lago ao norte, lago ao sul,
era assim...
Uma
mansidão no meio do cerrado, lá da vista do planalto verde, marrom, seca do
sertão feito terra no chão, era assim...
Corria
nos gramados a criança, que vai acordar pra além dos rios, nascentes, flor
morta, horizonte que não tem serra, nem janela de adeus.
O
mandacaru que diz da chuva vindo, é como a lágrima que escorre quando se
despede de amigo.
Era
assim, e assim sempre será nos braços de Brasília.
Mônica Ribeiro
Inverno de 2008
Capital da Juventude
Brasília dos meus versos, meu sonho antigo.
Chão da telha que a
terra afunda.
Linda flor do Cerrado.
Seu horizonte cresce a cada amanhecer, a cada amigo.
Senhora de um planalto majestoso,
paisagem das terras do país.
Eram férias de tia, de primos, de saudades.
Saudades de Brasília, do vento gostoso.
Deixo a cidade acabrunhada esperando a cada volta ver o
jardim.
Escola com classe, turmas da esperança.
O pátio enfeitado, é festa, é crepúsculo.
Brasília é assim...
Gosto das asas iluminadas na noite mais escura do ano,
onde um crime acontece.
É hora de partir, atravessar outro estado, voltar sem
sentido.
Deixei pra trás minhas árvores magras, meu sorriso de
chegada, minha estada.
Chega outra amanhã, outra tarde sem som, e sem vermelho
anoitece.
Mônica Ribeiro
Abril/2005
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Nunca te vi, sempre te amei...
Querida
Sampa.
Demorou longo tempo, 44 anos pra despertar em mim,
desejo de te conhecer de perto. E mesmo assim, nem tão perto foi, pois ainda me
faltam alguns ares de garoa pra respirar, alguns lugares pra pisar, alguns
olhos pra fixar, algumas paisagens pra nunca deixar...
Me vi
saindo da estação Santa Cruz, nas primeiras horas do dia,vislumbrei uma
catedral linda, e meu
coração bateu como um coração paulista, um anonimato que antecedeu meus dias de
poeta, quando escrevia pra você sem lhe conhecer. Senti meu corpo pulsar numa
euforia de encontrar uma cidade imensa acordando, e alguma flor de jardim me
esperando.
Segui
meu roteiro ate o Alto do
Ipiranga, vendo o dia nascer feliz em ruas novas, retratos de dias que nunca
vivi.
No meu destino vi a flor mais linda
nascida em São Paulo ,
a lótus, a petúnia, a flor de Vênus...
Era eu,
e era Eros e Psiquê também em contraste com o que eu sou, e não sabia.
Pisando
então no seu Jardim do Museu do Ipiranga, caminhei numa trilha orvalhada com a
tal flor a me seguir, os
passos confusos, as mãos trêmulas, eu estou aqui...
No
quarto de hotel, as horas eram como águas turvas, mas ao mesmo tempo límpida me
diziam...é, você está aqui!
Vibrei, me confundi, tropecei, liguei. Era a hora do dia, mas minhas horas
internas eram de uma madrugada carente, solitária, esperando por algo.
A
refeição ficou pra depois, o pensamento pra depois, a música pra depois, a
razão pra depois, mas a emoção ficou ali bem naquele momento presente.
Descobri
que éramos eu e minha poesia naquele quarto de metrópole, nesta que você só
conhecia por manchetes, geografia, história, mapas, contos e telefonemas.
Sono
veio a me embriagar depois que o dia com você se foi, Sampa...
Não
consegui dormir, sai, me iludi, me perdi, me voltei e adormeci.
Despertei
como quem desperta de uma viagem insólita e exultante as 5 horas da manhã, da
minha manhã...
Carência,
mas você Sampa, linda veio me abraçar e despertar meu dia, que nem sei o que
seria...
Cada
vez que uma esquina de ti eu deixava, me partia despedir de uma cidade que
estava em mim e eu não percebia.
Conversando
novamente com Ipiranga, não via a hora de ver novamente a Sampa que vi, na
alvorada do dia.
E
quando de verdade te toquei, nunca mais a deixaria, Sampa minha poesia, Sampa
minha querida.
Mudando de estação, pisei na sua filha
Paulista, a mais vaidosa e exuberante avenida.
Era eu,
mas era tambem uma moça perdida, curiosa e indecisa, pra onde quero ir? Onde
quero estar? Será aqui?
Abracei
o bosque surpreendente da Pinacoteca, comi um prato exótico, que você me
ofereceu naquele cardápio mudo, que só me enlouqueceu.
Língua
Portuguesa, ah como me emocionei por ter olhos pra ver o que meu propósito me
levou a buscar, a realizar...
Palavras,
palavras, por onde a língua portuguesa passou, eu nunca hei de passar, mas
minha mente viaja.
Gente,
gente, tempo, tempo, tempo, senhor do destino...multidão. Como será a vida de
cada um desses rostos?
Quero
ver de perto, e vi...
Me
embriaguei na véspera de te deixar, mas que seja breve meu retorno.
Cenário
de amor com você, a bela Sampa...
Meu
coração, mente, pele, libido, intelecto, êxtase físico, e dor, tudo se
misturando ali, bem no bairro do Grito, Ipiranga, onde me lancei intensamente
só com o que buscava...
Foi
duro me despedir ali, de vc, Paulista, mas me atrevi a chorar, ao te ver passar
pelas janelas do MASP, pelas lojas e vitrines nada recatadas, pelas moças
humildes e homens sutis...
A noite no bar, a lua de Sampa,
iluminando você, a mesma lua em todos os lugares, zona leste, zona sul, oeste e
norte, mas meu coração num só lugar, ali, eu e você.
Manhã de despedida, fui sem rumo
abraçar e cheirar você mais uma vez, seu coração bem no meio do Pateo do Colégio,
batizado por Jesuítas há tanto tempo, e hj ainda me faz orar...
Que emoção, estar ali, você me
proporcionando estar no pátio do Mário de Andrade, na Sé de todas as fés, no
Theatro de todas as óperas, no viaduto do chá, um Chai Chinês...
Que bom estar ali, partindo, mas
deixando algo que em mim ficou, e que agora deixo pra você, o que eu era, e o
que agora sou, apenas por estar em você, Sampa.
E por fim, abraçando uma bandeira
quatrocentona, onde dizia, AQUI QUE TUDO COMEÇOU...e nada fará acabar, nem
mesmo um adeus...
O que hoje, me permite dizer de
tudo isto; saudades de você, Sampa...
Eu morro ontem, nasço
amanhã, o meu tempo é quando...
Caetano, voz da Bethânia.
Mônica Ribeiro
01/08/11
Insensatez e Vinho
Tomar vinho sozinho é a insensatez de coração mais sem cuidado, como disse o poeta.
O tinto te perdoa por isso, se com ele vier uma boa carne de
caça, ou uma massa com molho suculento. Mas o branco, a uva espumante Proseco é
mais alegre, não fica tão encabulada, é menos egoísta em sua degustação e um
coração alegre, mesmo insensato pode tomar o vinho num dia quente de verão.
Mais inteligente que chorar e ficar num quarto escuro, ao
abandono depois do fora de alguém desalmado, ou sair sendo ríspido com quem
apenas quer um drinque com você, o vinho...é comprar uma bela patente
engarrafada na velha Itália.
Não o maltrate, pois seu coração precisa dele. É o acalanto
dos momentos mais sombrios e tortuosos da história insensata dos bárbaros, dos
românticos, dos insones, dos solitários e apaixonados...
A insensatez leva o coração apaixonado a navegar sozinho
pelas ondas do vinho na taça.
E faz chorar de dor o
seu amor, um amor tão delicado, não é Tom e Vinícius?
Há quem diga que todos nascemos predestinamos a ter alguém.
Mas há quem afirme que muitos nascem para o vinho e a
insensatez do amor pra acompanhá-lo, apenas.
Não se deve tomar um bom tinto, perfumado, temperado com
frutas silvestres, que quebram a essência da uva e sai do carvalho pra deixá-lo
vislumbrado pela obra, apenas a mercê da embriaguez, isso sim, seria pura
insensatez.
Tome sua taça pela mão, coloque a rolha pra registrar seu
momento insensato de abrir uma garrafa com arte, e registre com sabedoria seu
momento de fossa.
Uma mulher sensata sabe que o amor pode ser breve, os romances
tardios, uma tábua de frios, uma caneca de chocolate quente num sábado a noite,
ou quem sabe, um longo beijo de fim de festa...
E o vinho, este é eterno, não tenha a pressa da insensatez.
Mônica Ribeiro
05/09/2009
O toque tem memória
Te dei quatro beijos e fechei
seus olhos...
Peguei suas
pequeninas mãos, e abriguei-as nas minhas,
Senti com meu olfato
seu perfume de madressilva selvagem,
Sentei-me na janela a
contemplar teu sorriso e a perguntares;
Mastigastes uma
pétala de rosa?
Pois estás rubra nas
faces...
Ah, se teu poeta eu
fosse morreria de amor febril quantas vezes?
Viestes
sorrateiramente me inspirar,
Com tuas vestes de
neve e gestos de fada.
Que meu romance a ti
é platônico bem sei,
Mas que minha alma
atormentada foge em versos desconsolada
A clamar por teus
brios...
E se faço versos, é
porque foste tu adoçar minha morada.
E me deixas, então,
senhora, pra que eu morra amando,
E chegue pisando
devagar em teus lençóis de algodão
Por onde passei
contigo, a declamar o que tu és,
A tocar-lhe os seios
em botão,
Pois aqui eu bem
digo, que meu céu é seu coração...
Mônica Ribeiro
21/12/11
Este poema eu escrevi
inspirada pelos versos de um dos grandes poetas do Romantismo, do Séc. XIX, John Keats (Inglês, morreu
sentindo-se fracassado, aos 25 anos, em Roma)
Bouganville
de duas cores...
Foto tirada hoje da minha flor
de casa, o meu bouganville...
Na vida tudo nos
apresenta duas faces, duas cores, dois sentimentos, duas partes a fins, duas
entradas e saídas, nascer e morrer, amar e odiar, chegadas e partidas...perdões
e rancores, homens e mulheres...
Um bouganville de
duas cores.
É estranho como algo
inexplicável às vezes acontece bem a nossa frente, simples assim, pura beleza,
um pingo d’água não sei de onde, uma pena que cai, uma folha torta,
Um bouganville de
duas cores...
Não há explicação pra
beleza, ela existe e se finda na própria moldura exposta, assim como sorriso de
criança, uma valsa, uma luz matinal, as flores, os poemas, as delícias na boca,
Um bouganville de
duas cores...
Eu vou e volto pela
mesma estrada todos os dias, uma travessia de pensamentos que nunca são os
mesmos, mas que não me deixam, e fazem com que os entardeceres sejam mais
floridos, mesmo quando nebulosos.
Um bouganville de
duas cores...
Quisera fazer do
inesperado algo de sensações emocionantes, suores brotando me afogando de
amores, e assim passar o tempo que há em mim perfumado de vida.
Um bouganville de
duas cores...
Em tudo há tristeza,
mesmo nos amores existem dores, mas podemos banhar tudo isso com algo como,
um Bouganville de duas cores...
Mônica Ribeiro
22/05/10
Particularmente,
esse texto é um de meus preferidos. Tava muito inspirada, e cheguei a ficar
emocionada. Escrever, pra mim, é uma relação visceral e de amor com as palavras.
Monólogo
das Quatro Estações
Sou a mãe
de todas as faces do tempo que move as inspirações e os sentimentos mais
intrínsecos da alma humana.
Sou
aquela que faz nascer a chuva, o pôr do sol, os ventos uivantes, a lua como
pérola da noite, o frio que gela os corações solitários, o hálito quente do
verão...
O verão,
meu filho mais alegre e intempestivo é assim...
Quente
como fogo de paixão, alegre como festa de criança, vermelho convidativo ao
laranja e amarelo, que dão tom ao seu maior sabor da tarde, o pôr do sol...
O verão
tá escrito nas telas do mundo, dos pintores e andarilhos modernos, que fogem da
figura humana para retratar o amor que a natureza lhes oferece com sua beleza
traduzida na estação.
Ele, o
verão, é muito extremo, e corre pelo mundo tambem em tempestades de fúria, de
sol escaldantes, de sedução de corpos, de noites insones, de folhas suadas, de
fome saciadas.
Os
amores do verão alcoliza a pele e entorpece a razão...
Então,
vem meu filho outono, tão precisado de acalanto, deixando suas lágrimas cairem
em folhas secas por tanto pranto,
que no
seu maior encanto deixa-se ir pelos ventos nem frios , nem quentes, apenas
ventos de outono.
O chão se
abre pra esse meu filho num tapete por vezes amarelo, outras marrom, outras nem
tão verdes.
O outono
é o que dá frutos colhidos e presenteados pela mãe terra, pela tia chuva, e
pelo pai sol...
Brinca
com suas muitas cores doces de uvas claras, rosas e rubis, suas mãos sujas de
farelo de trigo, seus restos de sementes deixadas pelo verão, seu cheiro
agridoce de frutas precoces.
O outono,
às vezes azedo deixa cair seus limões, limas, filhotes fartos nascidos em
árvores que alimentam os pássaros e banham as feiras transeuntes da terra.
O
outono traduz o gosto da terra mãe, que enchem seus frutos e alimentam as bocas
de caldos da terra doce, doce mãe...
Inverno,
frio filho meu!
Mas, que
estranhamente inóspito tu és!
Oferece
calor a alma dando-lhe inspiração dos poetas solitários, e fazendo a terra
rejeitar os pastos sem ter o que pastar.
Queima-se
a estação, a pele, o sorriso de vento frio que vem do norte, e faz correr pelas
montanhas os rebanhos de alpacas, ovelhas e corações valentes.
O calor
do meu filho frio é ornato de lenhas velhas deixadas pelo verão abrasador e
outono gentil.
O inverno
é estação que pede colo, deixa campos abertos a paisagens de brumas densas,
chuvas em orvalho, seca com mato queimado, egoísta ao impor ardência de
saudades nos olhos de quem se foi, de quem fica...
Volta-se
pra sí aquele que acata um inverno rude para reflexão pessoal.
Primavera,
querida. Salve seus lírios, suas singelas margaridas de pétalas únicas, suas
simpáticas azaléias,
girassóis
imponentes, e as hortências então...ternamente azuis.
De todas
as cores da primavera, a mais suave ela mesma.
Filha que
embeleza momentos mórbidos como um soneto de despedidas, que dita a sorte as
damas em festas, que perfuma
a pele e
os jardins, que dança Vivaldi pelas pétalas de flor nas sapatilhas de pontas
dos galhos dos ipês, sapucaias e espirradeiras.
Primavera,
de todas a estação da esperança em ver nascer tantas cores, promessas de
amores, receptiva a chuva, ao sol, é pura harmonia entre terra, ar, sol e
vento.
Pétalas
se rebelam das sementes, pólen roubados de seus adereços flores, pássaros em
roseiral, fruto e flor dando nome e voz
à esta filha da terra.
Estação
da esperança e alegria floreando a dor.
Mônica
Ribeiro
16/11/07
Sexo e Amor
E Rita Lee disse; “Sexo é dos outros e vai embora, amor vem de nós e demora...”
Sexo é aventura, amor é uma travessia.
Sexo é compra, amor é aquisição.
Amor é poeisa, sexo são letras bailando.
Amor é pesquisa, sexo é página rasgada.
Sexo é uma corrida, amor é caminhada.
Sexo é mordida, amor é lambida.
Amor é saga, sexo é capítulo.
Amor são quatro estações, sexo é verão.
Sexo é insônia, amor é adormecer.
Sexo é toque, amor é olhar.
Amor é água, sexo é fogo.
Amor é compaixão, sexo é paixão.
Sexo é Nelson Rodrigues, amor é Sheakspeare
Sexo é despedida, amor é saudade.
Amor é cartão, sexo é manchete.
Amor é recreio, sexo devaneio
Sexo é pra sempre quando o amor quer permanecer!
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